Sobre a Obra

A América Latina é uma das regiões mais desiguais do planeta, principalmente devido a um processo histórico de concentração de terras e renda em mãos de poucos. Esse contexto se agrava, nos últimos anos, com a reprimarização das economias regionais, impulsionada por políticas de inspiração neoliberal que incentivam a produção e a exploração de commodities agrominerais.
Processos insustentáveis de desenvolvimento econômico na América Latina, além de reproduzir e acentuar a desigualdade histórica entre os diferentes grupos latino-americanos, também contribuem para a intensificação das mudanças climáticas e a degradação dos sistemas naturais na região. Como resultado, observamos um aumento na frequência e na intensidade de eventos climáticos extremos, processos de desertificação em grandes porções da América Latina, perda de biodiversidade, aumento das temperaturas médias em diferentes partes da região, alterações nos padrões de precipitação, níveis e temperaturas dos oceanos, entre outros fenômenos.
Os desequilíbrios observados no clima regional têm consequências significativas para a saúde pública regional. Essa situação afeta desproporcionalmente os grupos populacionais mais vulnerabilizados, impactando, também, os serviços, programas e sistemas de saúde. Nesse contexto, a organização regional do setor Saúde deve se antecipar e se preparar para responder às diversas necessidades dos indivíduos e grupos da população, especialmente aqueles mais afetados pelas mudanças climáticas na América Latina. Nesse cenário complexo e desafiador, os profissionais de saúde, e em particular os sanitaristas, desempenham um papel estratégico na organização e implementação de ações dedicadas à prevenção de riscos e mitigação de danos relacionados às consequências das mudanças climáticas na saúde, individual e coletiva. Desafio que exige estratégias integradas para sua formação e atualização de seus conhecimentos, habilitando-os a compreender o papel da emergência climática nos processos de determinação socioambiental da saúde, articulando as principais forças motrizes globais às situações produzidas localmente.
A presente obra busca aproximar as diferentes estratégias utilizadas para a formação de sanitaristas frente aos desafios impostos pela emergência climática na saúde pública, destacando o papel estratégico das Escolas de Saúde Pública no enfrentamento dessa “crise de crises” na América Latina. Organizada em três Partes, se estrutura a partir de uma discussão sobre os diferentes processos de determinação socioambiental da “crise de crises” para, em seguida, apresentar contribuições de diferentes instituições formadoras em Saúde Pública da América Latina para o enfrentamento da emergência climática e suas consequências sobre a saúde de indivíduos e grupos da população na região.

Mês e ano de publicação: julho de 2025

Organizadores: Marco Antônio Carneiro Menezes e Frederico Peres
ISBN: 978-65-5462-191-5
DOI: 10.18310/9786554621915

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