A coletânea de textos que compõem este livro foi organizada a partir de uma chamada pública de manuscritos, que fez parte de uma pesquisa cujo objetivo era identificar e sistematizar experiências cotidianas sobre a interprofissionalidade na educação e no trabalho em saúde. A hipótese da pesquisa de que o cotidiano dos serviços e do ensino na saúde ultrapassava a abrangência e a magnitude do que está nas teorias e políticas foi confirmada, sendo que o resultado surpreendeu os organizadores da chamada. Neste livro e nos três outros que também derivaram do mesmo edital, estão os manuscritos que foram aprovados no processo de avaliação por pares e agrupados pelos organizadores da iniciativa nas temáticas que emergiram da pesquisa. Aqui estão quatorze capítulos compostos por uma rede de mais de cinquenta autores e autoras das diversas regiões brasileiras. A expressão “autorias”, aqui, se refere, ao mesmo tempo, às artesanias da prática cotidiana e às epistemologias que sistematizam metodologias e tecnologias a partir dos fazeres. Neste livro, o ponto comum das produções são as equipes de saúde na sua atuação cotidiana, nos fazeres da gestão e do cuidado, mas também nas diferentes interfaces com o ensino na saúde, seja na preceptoria e no protagonismo de estudantes e docentes, seja na atuação como redes de aprendizagem e produção de interprofissionalidade. O valor epistêmico e político da coletânea de textos é a afirmação de um modo interprofissional de exercer o trabalho e aprender com o trabalho, não apenas como atributo das práticas, mas também, e principalmente, como dispositivo para produzir todas as saúdes que o trabalho em saúde pode fazer num território. Leitura impostergável para todos e todas que pesquisam o trabalho e o ensino na saúde, assim como para aqueles que se ocupam da inovação na ciência e na produção ética das vidas.
Mês e ano de publicação: janeiro de 2020
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