Este livro foi escrito a quente, no calor dos acontecimentos do período agudo da pandemia de Covid-19 entre 2020 e 2021. Teve inspiração inicial na pesquisa realizada no âmbito do Observatório de Redes de Cuidado sediado no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense. Trata da experiência do trabalho de Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) em Niterói-RJ durante a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. Incorpora experiências importantes de colegas da UFRJ-Macaé, Quissamã que mostram a enorme capacidade criativa de trabalhadores e usuáries, comunidades, indígenas, população de rua. As comunidades em geral mostraram uma grande capacidade criativa.
Outras discussões propostas no livro sempre contextualizadas na pandemia e experiências de cuidado. Tratamos a pandemia como um dispositivo analítico sobre a realidade do mundo, e as sociedades atuais. O leitor vai entrar em contato também com experiências dos povos originários, o pensamento ancestral do território indígena Guarani em Mato Grosso do Sul (MS) com o povo Terena, organizadas em torno do Projeto Saúde Mental e Bem-Viver Indígena – Vitukoti xêti arinéti. Bem como a experiência com indígenas dos Andes colombianos, da etnia Embera Chamí, retratada aqui na sua luta ontológica para manter a sua cultura, ritos religiosos.
O cuidado à saúde mental é tratado em um capítulo, o qual reconhece que a situação neste quesito é tão arrebatadora quanto a própria pandemia de Covid-19. Educação Popular atravessa o livro como experiência, e dispositivo de análise e autoanálise do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, e sua relação com as comunidades nos territórios.
Este livro é escrito por uma multidão, a contar os autores dos textos, suas conexões com os coletivos nas redes de saúde, ruas e praças, territórios indígenas, ambientes virtuais e presenciais, no Brasil e no exterior. Em todos os lugares onde é possível realizar o encontro, é possível cuidar, do outro e de si. O cuidado é como algo que criamos, e ao ver seu resultado, retorna como afeto positivo, e aumenta a potência de cada um e cada uma. É assim que seguimos adiante, como coletivos, grupos, povos.
Boa Leitura!
Mês e ano de publicação: fevereiro de 2022
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